Em uma sociedade regida pelo Estado Democrático de Direito, a advocacia se impõe como guardiã imprescindível da liberdade, dos direitos e garantias fundamentais, e do pleno exercício da cidadania. Mais do que uma profissão, a advocacia é um verdadeiro sacerdócio que, desde os primórdios da civilização, se coloca como a voz dos que clamam por justiça, dos que exigem respeito à dignidade humana e dos que buscam a defesa de seus direitos, sejam eles básicos ou complexos.

O papel do advogado transcende as salas de audiência e os balcões dos tribunais. Sua atuação é essencial para assegurar que cada indivíduo, independentemente de sua condição social ou econômica, tenha seus direitos respeitados e sua voz ouvida. É por meio do trabalho diligente e comprometido do advogado que se garante, desde as coisas mais simples, como o direito à educação, à saúde e à moradia, até as mais complexas, como a preservação da liberdade de expressão e a proteção contra abusos de poder.

Ao defender o direito de cada cidadão, o advogado atua como um escudo contra a arbitrariedade, evitando que injustiças sejam cometidas e preservando a integridade das relações sociais. Assim, a advocacia não é apenas um instrumento de defesa; é, sobretudo, um pilar de sustentação da cidadania. Ao garantir que todos tenham acesso à justiça, a advocacia promove a igualdade de condições e fortalece o tecido social, tornando-se uma força motriz para a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada.

Nesse contexto, é pertinente recordar a célebre frase “Ainda há juízes em Berlim”, que remonta a uma história do século XVIII. Segundo a lenda, um humilde moleiro, ao ter seu moinho ameaçado pela ambição de um nobre, recorreu ao rei da Prússia, Frederico II. Ao ser questionado sobre como pretendia vencer um poderoso oponente, o moleiro respondeu com confiança: “Ainda há juízes em Berlim”. Essa frase ecoa a crença inabalável na justiça, mesmo diante de adversidades. Ela nos recorda que, mesmo diante das maiores pressões, há sempre uma instância justa e imparcial que protege os direitos individuais e assegura a ordem jurídica.

A advocacia propulsora constitucional da maquina judiciária, assegura que esse princípio seja uma realidade viva e atuante, garantindo que, em qualquer circunstância, o cidadão tenha a quem recorrer. Em um mundo cada vez mais complexo, o papel do advogado como defensor da cidadania e da liberdade se torna ainda mais relevante, reafirmando a máxima de que onde há direito, há advocacia, e onde há advocacia, há justiça.
No Brasil de Clovis Bevilaqua, Hugo de
Brito Machado e Pontes de Miranda nossa histórica importância ainda sobressai mais rica frente as adversidades jurisdicionais.

Valdetário Andrade Monteiro é advogado, professor e ex-presidente da OAB Ceará. Tendo sido Conselheiro Federal e Conselheiro do CNJ